HPV

HPV é a abreviação nome do ví­rus que provoca essa doença (Human Papilomavirus). O HPV provoca o surgimento de lesões na pele e mucosas do nosso corpo. Há mais de 200 subtipos de HPV, que são denominados por números (tipos 1,6,8, e 16 etc.), provocando desde as verrugas simples dispersas pelo corpo, bem como as verrugas nos pés (olho de peixe).

  Cerca de 40 subtipos de HPV conseguem provocar lesões na região genital, atacando pele e mucosas e tendo a relação sexual como o principal meio de transmissão viral. Esse grupo de ví­rus provoca então o HPV genital, doença popularmente conhecida como crista de galo, condiloma e outras denominações, e que faz parte do grupo de doenças denominadas DST (doenças sexualmente transmissí­veis).

 

 

Quem pode contrair essa doença?
 
  A doença acomete tanto homens quanto mulheres. Qualquer relação sexual sem proteção pode levar a transmissão do vírus.

 

 

Como se instala a doença?
 
  O HPV é um vírus que costuma ser transmitido através do contato direto entre as pessoas, mais frequentemente através da relação sexual. Existem outros meios de transmissão, incluindo sexo oral, anal e contato íntimo sem necessariamente o intercurso sexual com penetração. Mulheres estantes infectadas podem transmitir o vírus pela passagem da criança pelo canal vaginal durante o trabalho de parto.  O uso de preservativo também não representa uma proteção total, a presença de secreções em contato com a pele não recoberta pelo preservativo pode levar à contaminação e ao aparecimento de verrugas.

  O HPV é hoje a DST mais frequente. Calcula-se que mais de 80% das pessoas sexualmente ativas terão contato com o vírus durante sua vida. Portanto, a frequência da contaminação é muito grande. Uma vez havendo o contato com o vírus, o próprio organismo cria anticorpos que irão combatê-lo, levando ao seu desaparecimento sem necessariamente provocar o surgimento de verrugas genitais. A grande maioria das pessoas tem contato com o vírus, mas não desenvolverão a doença. Alguns apresentarão as verrugas que, após alguns meses, desaparecerão. Outras manifestarão uma doença mais crítica e prolongada, resistente ao tratamento e algumas terão o vírus na forma latente. Quando o indivíduo apresenta uma queda de imunidade, provocada por diversos fatores, ocorre o reaparecimento do vírus e o desenvolvimento de novas lesões.

 

 

Qual o risco de contrair o HPV?
 
  Como mencionado anteriormente, o próprio organismo elimina o vírus na grande maioria das vezes. O risco do HPV reside naqueles casos no qual a doença não é debelada pelo sistema imune. O HPV pode levar ao surgimento de vários tipos de cânceres, principalmente nas mulheres.

  Atualmente, sabe-se que cerca de 90% dos casos de câncer do colo de útero estão relacionados com a infecção pelo HPV. O câncer da orofaringe, pênis, vulva e anal apresentam evidências cada vez mais comprovadas da infecção pelo HPV como fator causador do desenvolvimento dos tumores. Portanto, além das próprias verrugas, vários tipos de tumores estão relacionados à presença do HPV.

  Existem algumas variedades do HPV que não estão relacionados com o surgimento de tumores malignos. São ditos de baixo risco e levam mais comumente somente à  formação de verrugas (tipo 6 e 8). Outros tipos são denominados de alto risco oncogénico (16,18,31), pois estão relacionados ao desenvolvimento dos tumores malignos. A contaminação prolongada ao longo de vários anos leva a deformação das células normais do organismo, provocando uma mutação e a transformação em células cancerosas.

  O tratamento adequado e prevenção através dos exames ginecológicos periódicos impede o desenvolvimento das doenças malignas. A colheita vaginal e o exame papanicolau constituem-se num hábito já bem incorporado na rotina dos exames periódicos femininos e isso tem reduzido bastante a incidências do câncer de útero. No homem, o risco de tumores no pênis existe, mas é muito raro, um risco maior está relacionado ao câncer anal. Portanto, a revisão periódica, prevenção e tratamento precoce também deveria fazer parte da rotina de saúde do homem. 

 

 

Qual é o sintoma do HPV?
 
 A manifestação mais típica do HPV é o surgimento de verrugas em qualquer ponto nas áreas genitais: nos homens mais frequentemente próximas a extremidade distal (glande) recoberta pelo excesso de pele prepucial, nas mulheres na entrada da vagina. Embora seja o sinal típico, a verruga nem sempre é a lesão que surge. Algumas vezes pequenas elevações da pele, chamadas de pápulas, ou mesmo alterações na coloração normal podem ser o único sinal da doença. A grande maioria das pessoas quase sempre não nota as lesões, ou por serem muito pequenas e nem visáveis a olho nu, ou por estar em locais nos quais não  são percebidas (no colo do útero, por exemplo).
 

 

Quais são os exames necessários para o diagnóstico do HPV?
 
 Quando surge uma verruga característica na área genital, o diagnóstico já está feito. Algumas vezes, a doença se manifesta com lesões diferentes ou muito pequenas que podem necessitar de algum exame complementar para confirmar o diagnóstico. Nas mulheres, o ginecologista faz uso da colnoscopia. No homem, muito frequentemente, será necessário um exame amplo de toda área genital, incluindo a pele próxima do ânus e o canal dentro do pênis (uretra). Esse exame é denominado de androscopia, e utiliza um método de ampliação da imagem e facilitação da visualização das lesões. Quando seu urologista encontra uma área suspeita, ele realiza uma biópsia e envia o material para análise no laboratório de patologia para confirmar a presença do ví¬rus. 
  Através da análise do dna viral na amostra de tecido, a patologista é capaz de confirmar o HPV. Quando a androscopia não demonstra nenhuma lesão, é possível realizar exames nas áreas normais de mucosa e pele através da raspagem e coleta de células para pesquisa de dna viral (captura híbrida), que podem demonstrar a presença do vírus em forma latente, sem provocar lesões. Essa é a forma mais comum da infecção pelo HPV, ou seja, a grande maioria das pessoas tem contato com o vírus, o qual se instala na área genital, provoca uma lesão muito pequena ou nem se manifesta e, após um período variável de tempo (semanas ou meses), o próprio organismo se encarrega de eliminá-lo através do sistema imune.

 

O que fazer quando meu parceiro(a) está infectado por HPV?

 Como explicado anteriormente, o curso mais comum da infecção pelo HPV é a contaminação pelo contato, desenvolvimento de lesão mínima e a cura posterior pelo próprio organismo, através da formação de anticorpos. Portanto, é perfeitamente possível que você não tenha sinais de infecção e a sua parceira apresente HPV, tudo depende do seu grau de imunidade do momento e dos tipos de exames que foram solicitados.  Não existem razões para dúvidas ou desconfiança, não é possível afirmar como ou quando sua parceira foi contaminada, a infecção pode ser recente ou muita antiga, e você pode ter eliminado o vírus através de seu sistema imune após tê-lo transmitido à sua parceira.
 


 Existe alguma maneira de prevenir o HPV?
 
  A melhor maneira de proteção contra o HPV ainda é o uso de preservativos nas relações sexuais, mesmo durante o sexo oral. Infelizmente, o uso da camisinha não protege toda a pele genital, não sendo 100 % segura. Quando aparece uma verruga, você deve interromper as relações sexuais sem proteção até que as lesões sejam tratadas. A transmissão para seu parceiro sexual é possível quando existem verrugas, pois elas carregam uma alta carga viral muito alta. Portanto, é muito importante o diagnóstico e tratamento precoce das lesões para diminuir as chances de transmissão.

  Em relação ao desenvolvimento de câncer a partir de uma infecção prolongada, não percebida e não tratada, o melhor método ainda é o check up ginecológico com realização do papanicolau na mulher. No homem, o exame periódico com urologista para controle do tratamento e eventual recidiva da doença também se reveste de grande importância. 

  Existem cerca de 30 subtipos diferentes do vírus que provocam as lesões genitais. Como dito anteriormente, os subtipos são classificados por números (tipo 6,8,16,18,32, etc), sendo que alguns provocam apenas as verrugas (tipo 6 e 8, mais comumente) e são denominados de baixo risco oncogênico (capacidade de causar câncer). Os subtipos de alto risco (16, 18,etc.) estão mais  comumente envolvidos nos casos de degeneração maligna da infecção pelo HPV. Uma mesma pessoa pode ser contaminada por mais de um subtipo de vírus, ou seja , é possível que ela adquira o subtipo 6 com um parceiro, e depois o subtipo 16 com outro diferente , em uma nova relação sexual. 

  Em relação a imunização, atualmente existem no mercado dois tipos de vacinas contra o HPV. A chamada vacina divalente confere imunidade contra o subtipo 6 e 8, enquanto a quadrivalente protege contra o 6 e 8, bem como o 16 e 18. A vacinação é feita em 3 doses, com intervalos, em média, de um mês, e confere imunidade por cerca de 5 anos. É indicada para homens e mulheres, de preferência antes o início da vida sexual, dos 9 aos 25 anos. Em relação a vacina, é preciso que fique bem claro que existem cerca de 40 subtipos virais e a proteção é dada em relação aos 4 mais comuns. Portanto, é possível a contaminação a partir de outros subtipos virais, ou seja, mesmo que você esteja vacinado, isso não quer dizer que você esteja imune ao HPV, sendo necessário então o uso contínuo de preservativo em toda a relação, de modo a diminuir o risco de contágio com os outros subtipos virais. Existem evidências de que a vacinação pode resultar em um aumento da imunidade em relação as outras cepas virais, mas não confere uma proteção efetiva como aquela proporcionada contra os quatro subtipos mais comuns envolvidos na maioria das verrugas genitais.

 

 Como é o tratamento para o HPV?
 
  O tratamento do HPV visa basicamente destruir as verrugas ou lesões menores que representam um acúmulo de carga viral e que estão mais diretamente relacionadas com a possibilidade de transmissão da doença. Existem diversos métodos para a destruição dessas lesões e a escolha do melhor método depende do número e localização das lesões, dos custos e das preferências do paciente. 

 

-Imiquimod: creme aplicado diretamente sobre as lesões, atua facilitando a ativação do sistema imunológico no combate as verrugas. Tem como inconveniente um tempo de tratamento mais prolongado com aumento dos custos. Deve ser aplicado até o máximo de 16 semanas, até que as verrugas desapareçam. Pode causar irritação, escoriação e edema na pele no local da aplicação. 


-Podofilina e podofiloxina: resina derivada de uma planta, é manipulada e deve ser aplicada diretamente no local da lesão, de preferência pelo seu médico, pois pode ser muito tóxica para a pele ao redor da lesão. Deve ser usada com muito cuidado. Podofiloxina contém o mesmo princípio ativo, mas pode ser usado com segurança na sua casa. Seu médico pode solicitar uma primeira consulta para orientação em relação ao correto uso da medicação.


-Ácido tricloroacético: este produto é aplicado diretamente na lesão e o tratamento deve ser feito pelo seu médico


-Fluoracil: creme aplicado em toda a área genital. Age destruindo todas as lesões. É muito útil em lesões dentro da uretra. Tem como inconveniente alta taxa de irritação da pele no local da aplicação.


-Interferon: consiste em tratamento para estimulação do sistema imune. Tratamento de elevado custo e com altas taxas de efeitos colaterais.


-BCG - modulador da imunidade, tem uma alta taxa de sucesso e apresenta, como inconveniente, a possibilidade de efeitos colaterais generalizados.

 

Métodos cirúrgicos 

Tem indicação na remoção das verrugas muito grandes, em casos de resistência aos medicamentos, gestantes ou quando o paciente prefere um método mais rápido de tratamento.

-Crioterapia (congelamento com nitrogênio líquido): pode ser feito sem anestesia, de rápida execução e baixo custo. Consiste em provocar a destruição do tecido. Embora não cause dor para aplicação, após a escoriação causada pela ação do método, a ferida pode ser de difícil cicatrização e dolorosa.  Pode ser necessária mais de uma aplicação.

-Eletrocirurgia: consiste na cauterização das verrugas com uso de corrente elétrica. Método de baixo custo, rápido e efetivo. Tem como inconvenientes a necessidade de anestesia local para o método, bem como alguma cicatriz no local do tratamento.

-Retirada cirúrgica completa da lesão com pele ao redor e pontos de sutura.

-Tratamento com laser: método de alto custo, indicado em lesões muito extensas, em pacientes imunocomprometidos ou naqueles casos nos quais o paciente valoriza muito a estética no pós-operatório. Pode ser usado o laser de CO2 e, nos casos de lesões uretrais, o holmium-laser.


-Circuncisão: embora não seja indicado como tratamento para HPV, várias pesquisas demonstram a menor incidência e prevalência de infecção por HPV em homens submetidos a retirada da pele que recobre a glande.

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